Bacteria pode gerar eletricidade

Os esporos respondem à umidade e seu movimento pode ser usado na criação de energia elétrica.

Henrietta Lacks, imortalizada pela ciencia

Henrietta teve suas células guardadas nos anos 50. Hoje conhecidas como HeLa, são usadas em larga escala para pesquisas científicas.

Eduardo Kac (1962)

O artista carioca é pioneiro em arte com organismos vivos e/ou transgênicos. A imagem é a da coelha Alba, que brilha no escuro porque contém em seu DNA o gene que expressa a GFP.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Pelo direito de protesto

"O seu comportamento foi inadequado. Você teve uma atitude anarquista.", comentário em resposta ao meu questionamento sobre a liberdade de acesso à rede wi-fi.

"Mas você pediu isso por que estava pensando em acessar o Facebook  o dia todo?", foi uma das perguntas subsequentes.

Fui chamada de anarquista. Assim, gratuitamente. E não, não quebrei janelas, muito menos invadi o prédio da prefeitura em São Paulo. Só pedi o acesso ao ponto da rede wi-fi.

Claramente uma confusão de significados aliada a uma má interpretação dos fatos - e que tem gerado ótimas discussões.

Em meio ao clima de revolta geral do Brasil, resolvi contar um pouco da minha experiência com os protestos - e com o meu novo errôneo rótulo de anarquista.

É fato que a comunicação hoje é altamente permeada pelas redes sociais. Sempre preferi o Twitter ao Facebook. Pela rapidez e porque as cordialidades do "curtir" dão lugar à voz daqueles que xingam e acham tudo uma puta falta de sacanagem.

E estas mesmas pessoas fizeram uma revolução esta semana. 

A #whitemonday ficou marcada na história. Os manifestantes mudaram seus status de "deitado eternamente em berço esplêndido" para "um filho teu não foge à luta". 

Em meio à passeata de segunda, não me senti deslocada. Festa de faculdade, evento de anime ou show de rock. Todas essas definições se encaixam. Aquelas pessoas eram familiares, pareciam todas frequentar os mesmos lugares que eu. E estavam lá levantando cartazes e entoando gritos de guerra. Sem partido, só reivindicando um futuro melhor.

"Desculpem o transtorno: estamos mudando um país"
O cartaz foi citado no discurso da presidenta Dilma. Ela também foi assunto dos protestos, mas de um modo não tão amigável assim...

Os manifestantes bem humorados tomaram conta das avenidas. Vestidos de super herois ou segurando cartazes como "The Alckmin dead", a geração Coca-Cola saiu às ruas para pedir ajuda ao Goku. Porque talvez a ajuda de um saiyajin seja mais bem vinda do que a dos políticos do Brasil.

E este é o reflexo de uma geração colaborativa, que cresceu tendo como ídolos os personagens de Stan Lee. Aparentemente sem causa, as caminhadas abrigavam todos que queriam se juntar a ela. 

Indo da Consolação à Faria Lima, as dores no corpo me trouxeram o alívio de fazer parte de uma onda de mudanças. A redução da tarifa foi uma das conquistas, em São Paulo e em diversas outras cidades do estado. 

Mas não devemos parar por aqui, pois ainda há muito para ser mudado. Inclusive a mentalidade de que as redes sociais são uma perda de tempo.